Archive for setembro 6, 2010

A Bahia das candidaturas hereditárias

A Bahia das candidaturas hereditárias
As velhas raposas delegam aos filhos e netos a tarefa de levar adiante seu “legado político”
Por Daniela Galdino*
Na Bahia das eleições de 2010, para um (e)leitor atento, ao serem analisados os materiais de campanha, provavelmente a máxima que impera, seja: “em nome de meu pai”. Obviamente eu não me refiro aos candidatos vinculados a grupos cristãos neopentecostais. Basta um mínimo de esforço, uma gota do exercício de leitura crítica dessa enxurrada de imagens eleitorais, para que se perceba o investimento no “novo”, estratégia experimentada por velhas raposas do cenário político.
Bem, essa aparente oxigenação do quadro político esconde, em verdade, uma estratégia para se manter no poder. Trocando em miúdos, estou fazendo referencia à profusão de “juniores” e “netos” que caracteriza o atual cenário eleitoral e se espraia pelas candidaturas a Deputado Federal, Deputado Estadual e – é preciso prestar muita atenção – à Suplência do Senado.
Em nome de uma atuação política a longo prazo, as velhas raposas afirmam contribuir com a formação de novos quadros, mas, para isso, lançam mão de “alianças genéticas”, delegando aos seus filhos e netos a tarefa de levar à frente o cajado do seu “legado político”. As “alianças genéticas” são úteis em dois sentidos: podem desviar a atenção dos possíveis candidatos com ficha suja, e também podem servir para caracterizar os bonecos de luxo que irão encenar com base nos comandos de ventríloquos altamente experientes.
Resta a nós, (e)leitores, o exercício de rememoração. Afinal, algumas raposas, agora transmutadas na “ventriloquia”, já protagonizaram, em passado recente, manobras radicais nos quesitos desvio de verbas públicas, sucateamento da educação, esquemas de propina e outros fatores antidemocráticos. Mas, como disse, o investimento no “novo” contribui também para alimentar o cidadão com imagens pretensamente revigorantes, provavelmente para, como sobremesa, servir, em taças delicadas e porções adequadas, o esquecimento. Esquecimento esse que, claro, vai permitir às raposas a permanência no imaginário eleitoral – tudo regado a campanhas caríssimas e com o toque de “qualidade” dos marketeiros.
Considerando essas questões todas já tenho uma certeza para o dia 03 de outubro: vou utilizar critérios para a eliminação de candidatos. E o meu primeiro critério será: não às candidaturas hereditárias. Quem conhece a historia política baiana entende bem o que estou dizendo…
*Daniela Galdino é Professora da Rede Estadual de Ensino (BA), Doutoranda em Estudos Étnicos e Africanos (UFBA) e Professora Visitante da UNEB.
http://www.cartacapital.com.br/politica/a-bahia-das-candidaturas-hereditarias

O povo brasileiro derrota a mídia

Reproduzo artigo do sociólogo Emir Sader, publicado em seu blog no sítio Carta Maior:

Massacrado pelos monopólios da velha mídia, desinformado sobre o país, vitima das mentiras reiteradas da oposição midiática, o povo brasileiro demonstra nestas eleições um grau de consciência política e de maturidade cívica exemplares. Consegue distinguir o essencial do secundário, opta pela prioridade das políticas sociais sobre a absolutização do ajuste fiscal, condena os políticos responsáveis pelos governos desastrosos do passado, opta pelo Estado como indutor do crescimento e da distribuição de renda.
Reconhece em Lula e na Dilma os principais responsáveis pelas mudanças positivas que o pais vive, execra a FHC, a Serra, a Globo e aos seus aliados da velha mídia, não dando bola para seus factóides e deixando-os na solidão do seu golpismo. O povo reconhece os avanços principais que o país teve, assiste os programas da Dilma na TV, comparece aos comícios de Lula e da Dilma, e se reconhece, sabe que tudo o que se mostra e se diz reflete as mudanças de vida que estão vivendo no seu mundo sofrido e até aqui abandonado.
Não deram ouvidos para as infâmias da oposição e sua velha mídia, de preconceitos contra as mulheres – que hoje majoritariamente também preferem Dilma -, contra os lutadores contra a ditadura, contra os movimentos sociais e os militantes políticos, que saem todos engrandecidos com o apoio popular.
Derrotados saem a Globo, a Veja, a FSP (Força Serra Presidente), o Estadão e todos os arautos do golpismo, do velho Brasil, das oligarquias tradicionais, com seus métodos de manipulação da opinião pública e de desprezo e discriminação pelo povo e por tudo o que é popular.
O povo percebe a diferença entre a demagogia opositora, não dá ouvidos a quem pretende ser eqüidistante dos dois campos em luta, relega ao ostracismo os que pretendem que nada mudou no Brasil. O povo não é bobo, encontra em Lula e na Dilma as vertentes do futuro, reconhecem a valorização do Brasil, sentem a auto-estima revigorada, superam o desalento, voltam a acreditar em si mesmos e no país.
Por isso o povo impõe a mais acachapante derrota às elites tradicionais, com sua velha imprensa, seus políticos caducos, sua demagogia superada. Derrota os caciques tradicionais que os enganaram durante tanto tempo, mandam FHC para o exílio e Serra para a aposentadoria, os tucanos para o museu da história.
“Esse povo de quem fui escravo, não será mais escravo de ninguém”, pregava e previa o Getúlio na sua Carta Testamento. Quem não reconhece esse povo, que começa a construir sua soberania, sua emancipação, seu destino próprio, suas formas solidárias de vida, está de costas para o país e merece ser derrotado fragorosamente nas eleições deste ano. O povo.
http://altamiroborges.blogspot.com/2010/09/o-povo-brasileiro-derrota-midia.html

Modéstia Baiana!!

Modéstia Baiana!!

Estava num passeio em Roma quando, ao visitar a Catedral de São Pedro fiquei abismado ao ver uma coluna de mármore com um telefone de ouro em cima.
Vendo um jovem padre que passava pelo local perguntei a razão daquela ostentação.
O padre então me disse que aquele telefone estava ligado a uma linha direta com o paraíso e que se eu quisesse fazer uma ligação eu teria de pagar 100 dólares.
Fiquei tentado porém declinei da oferta.
Continuando a viagem pela Itália encontrei outras igrejas com o mesmo telefone de ouro na coluna de mármore. Em cada uma das ocasiões perguntei a razão da existência e a resposta era sempre a mesma:
Linha direta com o paraíso ao custo de 100 dólares a ligação.
Depois da Itália, chegando ao Brasil, fui direto para Salvador. Ao visitar a nossa gloriosa Catedral, na famosa Praça do Terreiro de Jesus, fiquei surpreso ao ver novamente a mesma cena: uma coluna de mármore com um telefone de ouro.
Sob o telefone um cartaz que dizia: LINHA DIRETA COM O PARAÍSO – PREÇO POR LIGAÇÃO = R$ 0,25 ( vinte e cinco centavos ).
Não me agüentei, e lasquei….
Padre, eu disse, viajei por toda a Itália e em todas as catedrais que visitei vi telefones exatamente iguais a este, mas o preço da chamada era 100 dólares. Por que aqui é somente R$ 25 centavos?
O Padre sorriu e disse. Meu amigo, você está na Bahia. Aqui a ligação é local.
O PARAÍSO É AQUI…..